Cachaça com “aroma” de cannabis chama atenção em festival no PR

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Bebida desenvolvida no Rio de Janeiro chama para o debate sobre o uso medicinal do canabidiol (CBD), substância química da planta cannabis sativa

A terceira edição do Festival da Cachaça, realizada neste fim de semana em Jandaia do Sul, no norte do Paraná, trouxe a primeira cachaça com “aroma” de cannabis produzida no Brasil. A bebida inusitada desenvolvida por uma empresa do Rio de Janeiro, tem o objetivo de chamar a população para o debate sobre o uso medicinal do canabidiol (CBD), substância química da planta cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha.

Odirlei Caetano, Proprietário da marca Barra Velha, desenvolvedora da bebida, explica que a cachaça é feita com base nos terpenos de cannabis, ou seja, tem apenas o cheiro da planta e não causa efeitos alucinógenos.

Ele conta que a ideia partiu de um cliente, amigo e entusiasta do uso do canabidiol no Brasil. “Ele foi diagnosticado com fibromialgia e passou por tratamento com canabidiol nos Estados Unidos. O tratamento reverteu os sintomas da doença. Há um ano ele me procurou com esse projeto para desenvolver uma cachaça com cannabis. E eu abracei a ideia. Mas foi muito difícil. Um ano depois conseguimos o registro do Ministério da Agricultura”, conta.

Segundo ele, a cachaça foi lançada na Paraíba e será lançada no Rio de Janeiro. “É uma novidade que está sendo bem aceita, que chama para o debate. As pessoas querem provar e querem conhecer”, afirma.

Bebida com aroma de maconha está disponível no festival

Licor de merda

Outra bebida diferente encontrada no festival é o Licor de Merda, desenvolvido pela empresa Daga, e inspirado em produto semelhante produzido em Portugal, criado para “homenagear” aos políticos daquele país. “É parecido com o licor português, feito para os políticos. Não sei se o Brasil merece, mas acho que está merecendo também”, comenta o proprietário Giovane Daga Neto.

Giovane Daga Neto, proprietário da Daga

Segundo ele, o produto foi desenvolvido a pedido de um cliente e seus componentes não tem nada a ver com o que o nome sugere. “É um licor muito gostoso feito com baunilha e noz moscada”, afirma. O licor não possui corante e nem conservantes. “Temos produtos bacanas, não trabalhamos com nada artificial”, afirma.

A empresa também desenvolveu o “licor do beijo” feito a base de jambu e especiarias que nasceu no festival no ano passado e atualmente é um sucesso de vendas. Os produtos podem ser degustados na feira.

Cachaça envelhecida no barril de cerveja

Pela primeira vez no evento, Evantro Eto, proprietário da microdestilaria Bassi levou sua cachaça extra premium para a feira. Ele explica que a bebida é envelhecida durante três anos no barril de carvalho, depois é finalizada em um barril que envelheceu uma cerveja preta o que confere notas especiais. “Fazendo esse processo” Além das dos aromas e sabores naturais do carvalho, mel, baunilha, coco e caramelo, ela também traz notas de chocolate, café aroma e sabor defumado, por conta das notas da cerveja. É para um público mais exigente que gosta de algo diferente, que gostam de sair do tradicional da cachaça’, afirma.

Evantro Eto, proprietário da microdestilaria Bassi

Aprenda a apreciar a cachaça

O sommelier Manoel Agostinho Novo, membro da Cúpula de Cachaça, acredita que muitas pessoas não apreciam a bebida por não saber degusta-la. “Acho que não só a cachaça, toda bebida tem o ritual da degustação para saber apreciar. Isso vale para o vinho, a vodka, whisky e para a cachaça também”, afirma.

De acordo com o especialista, a degustação compreende três etapas: visual, olfativa e gustativa. A primeira preocupação que o degustador deve ter é verificar no rótulo da cachaça se a bebida tem registro no Ministério da Agricultura. “Tombar a cachaça e ver a lágrima escorrendo. Se escorrer muito rápido é porque foi batizada. Essa lágrima é importante”.

Cheirar a cachaça uma vez só para não saturar a memória olfativa. A gustativa é dividida em três etapas: 1/3 da cachaça será para bochechar, lavar a boca com a cachaça. Ao engolir imediatamente deve inspirar e expirar para produzir saliva e misturar mais 2/3 da cachaça. Isso diminui a concentração de álcool e reduz a agressividade da bebida no esôfago. Somente no terceiro gole será possível apurar se a cachaça é agradável, ou não.

A mestra lambiqueira Rosângela Vilar Moretti, presidente da associação dos produtores de Jandaia informa que são aproximadamente cinquenta expositores entre produtores da bebida e fornecedores de todos os materiais ligados a produção da bebida. “A bebida que é 100% brasileira. Entrada 1kg de alimento ou um agasalho vão poder degustar cachaças desde o norte ao sul do Brasil”, afirma.

O Festival da Cachaça é realizado na Sociedade Rural de Jandaia do Sul (Parque de Exposições) e segue neste sábado (18) com show de Maria Cecília e Rodolfo e também de Bruna Viola.

A feira segue no domingo (19) com confraria, degustação e praça de alimentação.

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