Enchentes no RS podem fazer subir preços de alimentos como arroz e laticínios

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Apesar dos produtores descartarem falta do produto, ‘corrida’ aos supermercados gera preocupação

As enchentes no Rio Grande do Sul podem gerar novos reajustes no preço do arroz, cereal que tem 70% da produção nacional concentrada em terras gaúchas. Já temendo reajustes ou mesmo a falta do produto, os consumidores estão comprando mais para fazer estoque e em alguns estados supermercados começam a restringir vendas do alimento. O comportamento gera mais preocupação no setor, que descarta risco de desabastecimento, mas admite possibilidade de alta de preços.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, garante que o abastecimento interno de arroz não está comprometido. De acordo com ele, até o momento, 83% da safra do estado já foi colhida. “Os 17% restantes estão concentrados na região central do estado, a mais impactada pelas inundações. Lá, falta cerca de 40% para finalizar a colheita”, explica. Velho informa ainda que o RS deve registrar uma safra superior a 7 milhões de toneladas, mesmo com as enchentes.

O presidente da Federarroz reconhece os desafios logísticos na região central do Rio Grande do Sul. “A logística é um problema momentâneo, especialmente nas áreas mais afetadas pelas cheias”, diz. “No entanto, as conexões com os grandes centros via BR-101 estão normais, o que garante o escoamento da produção para outras regiões do Brasil”.

Apesar do baixo risco de desabastecimento, a alta de preços pode sim vir a se tornar uma preocupação para o consumidor. “Preços podem aumentar sim. Já aumentaram um pouco e há mais tendência por conta das perdas no RS”, informa Biazze.

Por enquanto, a alta sentida na indústria ainda não chegou ao varejo. De acordo com a gerente Priscila Carla de Lima, funcionária de uma rede de supermercados de Apucarana, os preços ainda continuam os mesmos das últimas semanas. “Estamos com algumas marcas no mesmo valor”, garantiu. Segundo a funcionária, o estabelecimento ainda não notou uma possível alteração nos valores pois trabalha com um grande estoque de mercadorias

Conforme Priscila, além do valor da mercadoria estar estável, os clientes do estabelecimento estão realizando compras conscientes. Ao ser questionada sobre a alta na procura, a gerente esclareceu que os consumidores que estão comprando vários pacotes de arroz informam no momento do pagamento que os alimentos são, em sua maioria, para doação. “Eles falam que é para doação, fazer cestas básicas. Levam nos bombeiros ou deixam aqui no mercado mesmo, em uma caixinha de arrecadação que temos”.

A alta no preço também ainda não aconteceu em outros supermercados de Apucarana. Conforme pesquisa do TNOnline no aplicativo Menor Preço, os valores continuam estáveis desde o início da semana. Nesta sexta-feira (10), um pacote de arroz de cinco quilos da marca Tio João continua no mesmo preço que há quatro dias, R$ 44,90. A marca de arroz Bem Solto também não teve alteração, o valor continua na casa dos R$ 18,88.

Importação autorizada

O abastecimento de arroz já estava na mira do governo federal antes mesmo da enchentes no Rio Grande do Sul por conta da escalada de preços do produto e o impacto na inflação. Nesta sexta-feira (10), o Governo Federal publicou uma Medida Provisória (MP) que autoriza a importação, em caráter excepcional, de até 1 milhão de toneladas de arroz pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a recomposição dos estoques públicos por conta das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul. O Estado é o principal produtor do grão no país.

A medida, publicada em edição extra do Diário Oficial, vale para 2024 e permite a compra por meio de leilões públicos e a preço de mercado.

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